Camila
Farani
De 2015 até 2019, o número de startups criadas passou em média de 4.100 para 12.700, aumento de 207%, segundo a Associação Brasileira de Startups. Mas, a taxa de mortalidade também acompanhou esse avanço, segundo estudo elaborado pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, que aponta a morte de pelo menos 25% das startups no seu primeiro ano e 50% até o seu quarto ano de vida.
Este é um cenário propício à seguinte reflexão: quais as principais causas de mortalidade das startups?
Segundo estudo da CB Insights, existem 10 principais razões para a falência de startups:
1- Produto ou solução não atendem a uma necessidade real do mercado;
2- Pouco capital ou falta de planejamento na aplicação de recursos obtidos;
3- Falta diversidade na equipe;
4- Modelo de negócio sem competitividade;
5- Erro na precificação do item ou no cálculo do custo de produção;
6- Não ter PMF (Product Market Fit);
7- Ausência de plano de negócio;
8- Falta levar em consideração as sugestões e reclamações dos consumidores;
9- Perda de foco;
10- Pivotagem errada
Além destes fatores, acrescento também o formato de gestão ultrapassada, muitas vezes adotado pelas empresas, como um dos motivos para essa elevada taxa de mortalidade. Um exemplo é o desenho organizacional vertical, que não supre mais as necessidades de um negócio inovador. Os modelos de administração e gestão não são mais voltados para uma filosofia de revolução industrial, onde o comando e o controle são predominantes. Hoje, a organização que não oferece autonomia para os seus colaboradores acaba tendo naturalmente uma redução na entrega e, assim, limita a capacidade de solucionar os problemas.
É preciso notar que o mundo mudou e a forma como se faz negócios precisa acompanhar esse fluxo. Focar na qualidade ao invés dos cargos e títulos ao escolher uma liderança, por exemplo, é uma clara exposição desta transformação de mindset do mercado atual.
É por esses motivos que o empreendedor precisa ter em mente que o mercado de startups, crescente e acelerado, deve também deve acompanhar esses avanços de gestão para aproveitar as oportunidades que estão sendo criadas. Como se faz isso? Não é tão simples, confesso. Perceber o que não fazer já é um bom começo. Esteja atento às tendências, refaça os processos, redesenhe a operação para não correr o risco de sucumbir à falência.
A reflexão que fica é: o que você vai fazer de diferente neste ano para mudar este cenário?
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